29/07/2008

Os caminhos do pensamento criativo

Essa reportagem têm tudo a ver com a questão debatida um pouco antes no artigo "Designer têm que saber programar?"

28/07/2008

Bruno Porto na China



Esse cara foi o único que consegiu me reprovar numa matéria em 5 anos de faculdade.
O blog dele está na lista de links ai ao lado.

E lembrar que aqui quem faz o atendimento das agências são aquelas meninas bonitas e burras recém saidas da faculdade de comunicação. Estas agências acreditam que com beleza irão agradar o cliente. As agências de propaganda ou escritórios de design que mais dão certo sãoa queles em que o próprio dono é formado na área e faz essa parte.

Por aqui a maioria dos clientes têm um medo que se desespera de uma ação de marketing mais arrojada. Veneram o tradicional com uma idolatria irracional e esperam que algo venha de fora para ai sim poderem se espelhar. Parte desta situação é causada pela total desconexão de executivosde administração e marketing com qualquer coisa que não lhe seja passado na faculdade. A faculdade é a base de todo conhecimento, mas o mundo globalizado está nos mostrando o valor de aprender com o que contece a nossa volta e não só no meio acadêmico. Para algumas pessoas sair da faculdade significa perder o interesse pelo mundo e possibilidade de não precisarem estudar mais nada.

25/07/2008

O futuro da publicidade em vídeos



Ando meio sem tempo de escrever algumas coisas que eu estou querendo, por isso só estou postando coisas legais que acho que sejam referentes ao blog.

Person of the Year

Pessoa do ano de 2006.
Vale a pena recordar.

Você. Sim você.
Você controla a era da informação.
Bem Vindo ao seu mundo.

22/07/2008

A "Cauda Longa" da economia digital

Replicado da Guerrilhapédia.

O livro A Cauda Longa (do original em inglês The Long Tail) foi publicado nos EUA em 2006. E é o resultado de um detalhado estudo desenvolvido por Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired, no qual analisa as alterações no comportamento dos consumidores e do próprio mercado, a partir da convergência digital e da Internet. Trata-se da teorização de um fenômeno já existente e em virtuosa ascensão na indústria do entretenimento, que tem gerado um movimento migratório da cultura de hits para a cultura de nichos, a partir de um novo modelo de distribuição de conteúdo e oferta de produtos.

Antes da Internet, a oferta de produtos era feita única e exclusivamente através de meios físicos: um produto físico, distribuído através de um modelo de distribuição físico, exposto em lojas físicas, que atendiam os consumidores de determinada região. Nesse modelo, os custos de armazenagem, distribuição e exposição dos produtos são muito altos, o que torna economicamente viável apenas a oferta de produtos populares, para o consumo de massa. E é justamente por isso que crescemos acostumados a consumir um número reduzido de mega-sucessos; pop stars, block busters etc. Um varejista tradicional, que tem custos fixos altíssimos para manter sua loja aberta, não tem espaço nas prateleiras para ofertar um produto que não venda pelo menos algumas dezenas de exemplares todo mês. Essa é a cultura de hit.

Com o surgimento do mundo virtual, estamos cada vez mais transformando em bits o que antes era matéria. E é justamente o rompimento das barreiras físicas que torna possível a criação de modelos de negócios de Cauda Longa, em que a oferta de produtos é praticamente ilimitada, uma vez que os custos de armazenagem e distribuição digitais são infinitamente inferiores. Produtos economicamente inviáveis no modelo de hit encontram no meio digital seus consumidores. Por sua vez, os consumidores que antes tinham acesso a um número reduzido de conteúdos, passaram a ter uma variedade quase que infinita de novas opções. E passaram a experimentar mais, consumir produtos que até então desconheciam. É essa variedade e essa nova experimentação que proporcionam as alterações no consumo tradicional (Não é à toa que a geração da Internet é menos fiel às marcas e mais predisposta a consumir novos produtos).

O que antes era um mercado ignorado, não só passa a ter valor como vem crescendo a cada ano. Peguemos como exemplo o mercado de músicas digitais. Somadas, todas as centenas de milhares de músicas menos populares, de bandas menores ou desconhecidas no mainstream (novos nichos), cujas faixas vendem apenas alguns downloads ao ano na iTunes, já representam um volume de vendas equivalente ao dos poucos hits produzidos para vender milhões de unidades.

Importante destacar que o conceito de Cauda Longa se aplica a praticamente todo mercado, inclusive o mercado de mídia. Com a convergência digital, é muito provável uma reorganização na distribuição da audiência, não apenas por conta de alterações nas características dos meios e na maneira como são consumidos, mas principalmente por alterações no próprio comportamento do consumidor.

No Brasil, a Rain Network criou uma plataforma de comunicação baseada no conceito de Cauda Longa, cuja distribuição digital de filmes para cinema tem aumentado o acesso a conteúdos até então indisponíveis para o consumo no país.

19/07/2008

Como montar e espalhar uma farsa na web

Se você é uma pessoa sensível, não se assuste pois é so uma armação.



Muitos mitos têm aparecido na internet. Desde aquele vídeo do OVNI no Haiti até esta história do fantasma no estúdio. Sendo que este pode soar assustador aos leigos, mas não passa de um efeito bem mole para quem conhece algo de efeitos especiais. Eu trabalho com um programa chamado After Effects que cria efeitos especias e matei na hora a farsa.

O cara pegou uma imagem de uma pessoa, filmou no cromaqui (no original chroma key ou chave de cromos, aqueles fundos verdes que são removidos para a inserção de outro conteúdo) e logo depois aplicou alguns efeitos.

- Isolou a imagem e saturou a coloração para um tom entre o azul e o branco;
- Extrapolou o contraste e aplicou um desfoque (Gaussian Blur);
- Removeu a parte de baixo usando máscaras.

E agora o que fez mais dar na pinta: O "fantasma" não passa por trás do apresentador da direita.
O "fantasma" na timeline do programa está uma camada acima, mas a aparição na cena deve dar a ideia de que ele esta passando por trás. Para fazer iso com perfeição, ele deveria criar uma máscara que repetisse exatamente todos os movimentos de cena e ai sim, cobrisse a imagem do fantasma por alguns segundos. Mas o que acontece é que o fantasma não segue esta trajetoria linear, ele desaparece e reaparece um pouco afastado.

Isso é o que eu chamo de uma frasa preguiçosa.

17/07/2008

Designer têm que saber programar?

Precisa-se de Webdesigner:
O profissional precisa ter conhecimentos em Photoshop, Flash, Dreamweaver, Fireworks, CorelDraw e InDesign. Deve saber programar em PHP, ASP, XML, HTML, CSS, ActionScript.


Pra começar eu jamais mandaria um curriculum para uma empresa que me pedisse CorelDraw, mas vamos continuar.

A maioria dos anúncios de vagas de emprego vêm com exigências em termos de linguagens de programação. É certo que um designer não pode ser restrito apenas ao layout e deve procurar acrescentar algo a mais em suas habilidades.

Na maioria dos casos o que se vê são designers de web trabalhando além das ferramentas tradicionais (Flash, Dreamweaver...) com algo como mídia impressa, ou então programando no máximo uma linguagem web como Ajax ou PHP com MySql.








Mas têr as 3 habilidades (e bem) já é algo um tanto difícil. Só o fato de se achar alguém que faça um layout de boa qualidade hoje em dia ja é difícil. Geralmente os melhores designers que têm habilidades de ilustração mesmo que muito básicas, possuem feedback criativo muito maior.

O ato de criar, e criar bem, só pode vir de uma mente voltada a área artística. Alguém que aprecie arte em geral e saiba interpretar um conceito artístico. Automaticamente ao lidar com conceitos subjetivos, terá noções de marketing, fotografia, diagramação...
O trabalho de layout e adequação de linguagem a um produto ou serviço é mais difícil do que se imagina e requer do profissional uma enorme bagagem cultural e uma mente disposta a dispensar idéias que venham através do processo de brainstorm muito rapidamente.
Esse é o trabalho com o hemisfério direito do cérebro.

Design e marketing estão trabalhando lado a lado e estão bem mais correlatos do que nunca. A internet é a mídia que mais cresce no mundo e ainda têm a possibilidade de tornar o consumidor parte da ação.

Programadores e profissionais de informática em geral trabalham com o lado direito do cérebro. Sem desmerecer o trabalho dos programadores, um profissional de design com conhecimentos de marketing ainda é bem mais necessário que um profissional que também tem uma boa programação.

O trabalho de programação em si requer conceitos muito bem definidos. Uma mente lógica e linear. Alguém que esteja disposto a seguir regras e métodos que não são flexíveis, e isso chateia muito uma mente criativa.

Parte do mercado têm requerido profissionais "coringas" mas que não se aprofundam em nada. Sabem um pouco de cada coisa, mas não conseguem se aprofundar em determinada área.

É um erro achar que se utilizar de profissionais "coringas" irá fazer com que a agência diminua custos para investir no crescimento. É justamente espelhando o padrão de atuação de grandes agências - por mais que represente custo no presente - que haverá a possibilidade de crescimento.

Será que as agências têm tanto "desconhecimento assim" e se têm, porque não deixam então nós entrarmos na área do atendimento?

16/07/2008

O mercado de trabalho do século 21


"O mercado de trabalho do século 21 têm exigido cada vez mais profissionais que não apenas tenham conhecimento do que fazem, mas que tenham o conhecimento de que de uma hora para outra podem precisar jogar fora tudo aquilo que conhecem."
Waldez Ludwig

13/07/2008

Um novo Tropa de Elite?

Ao que parece não, é o que garante o diretor Guilherme Coelho. A idéia e mostrar a sociedade como é a vida dos militares no Brasil, a partir do ponto de vista da Brigada Paraquedista.
O documentário PQD foi uma das estrelas dos debates no Festival do Rio, muito antes de ser lançado.

Mas algo aconteceu e a estréia que estava prevista para Dez/2007 foi cancelada. O filme foi retirado do circuito e jogado na geladeira. Mas alguma alma caridosa resolveu joga-lo na internet e está disponível em torrents e redes P2P.



Se o "esquemão" não quer ganhar dinheiro com o filme o problema é dele. Mas isso não vai impedir o público de assisti-lo. Certos empresários ainda não entenderam as oportunidades da internet e poderiam ter lançado o filme sob-demanda para o público que gostaria de assisti-lo. Por um preço preço legal, que não fosse abusar do meu bolso, eu pagaria para assistir online. Mas infelizmente muitos empresários e políticos ainda estão na era da máquina de escrever e da tv aberta via VHF.

12/07/2008

Começou o Anima Mundi 2008









O Anima Mundi é um dos eventos mais legais do ano. É possível encontrar gente de 8 a 80 anos, e os mais velhos que a princípio iriam para acompanharem seus filhos ou netos, acabam achando um filme que lhes interesse.

O evento ajudou a popularizar a cultura do cinema de animação e mostrando que este não é apenas "coisa de criança". Há filmes complexos e de temática adulta (não filmes eróticos, apesar de haver porém em sessões reservadas, mas filmes com enredos e personagens complicados de entender para uma criança).

A novidade é o júri popular de filmes para celulares e para a web. Pode-se votar no site naquele que vai ser exibido no festival.




Confira a programação no site do evento.

10/07/2008

Manifesto em defesa da Liberdade e do Progresso na internet brasileira

A Internet ampliou de forma inédita a comunicação humana, permitindo um avanço planetário na maneira de produzir, distribuir e consumir conhecimento, seja ele escrito, imagético ou sonoro. Construída colaborativamente, a rede é uma das maiores expressões da diversidade cultural e da criatividade social do século XX. Descentralizada, a Internet baseia-se na interatividade e na possibilidade de todos tornarem-se produtores e não apenas consumidores de informação, como impera ainda na era das mídias de massa. Na Internet, a liberdade de criação de conteúdos alimenta, e é alimentada, pela liberdade de criação de novos formatos midiáticos, de novos programas, de novas tecnologias, de novas redes sociais. A liberdade é a base da criação do conhecimento. E ela está na base do desenvolvimento e da sobrevivência da Internet.

A Internet é uma rede de redes, sempre em construção e coletiva. Ela é o palco de uma nova cultura humanista que coloca, pela primeira vez, a humanidade perante ela mesma ao oferecer oportunidades reais de comunicação entre os povos. E não falamos do futuro. Estamos falando do presente. Uma realidade com desigualdades regionais, mas planetária em seu crescimento. O uso dos computadores e das redes são hoje incontornáveis, oferecendo oportunidades de trabalho, de educação e de lazer a milhares de brasileiros. Vejam o impacto das redes sociais, dos software livres, do e-mail, da Web, dos fóruns de discussão, dos telefones celulares cada vez mais integrados à Internet. O que vemos na rede é, efetivamente, troca, colaboração, sociabilidade, produção de informação, ebulição cultural.

A Internet requalificou as práticas colaborativas, reunificou as artes e as ciências, superando uma divisão erguida no mundo mecânico da era industrial. A Internet representa, ainda que sempre em potência, a mais nova expressão da liberdade humana. E nós brasileiros sabemos muito bem disso. A Internet oferece uma oportunidade ímpar a países periféricos e emergentes na nova sociedade da informação. Mesmo com todas as desigualdades sociais, nós, brasileiros, somos usuários criativos e expressivos na rede. Basta ver os números (IBOPE/NetRatikng): somos mais de 22 milhões de usuários, em crescimento a cada mês; somos os usuários que mais ficam on-line no mundo: mais de 22h em média por mês. E notem que as categorias que mais crescem são, justamente, "Educação e Carreira", ou seja, acesso a sites educacionais e profissionais. Devemos, assim, estimular o uso e a democratização da Internet no Brasil.

Necessitamos fazer crescer a rede, e não travá-la. Precisamos dar acesso a todos os brasileiros e estimulá-los a produzir conhecimento, cultura, e com isso poder melhorar suas condições de existência. Um projeto de Lei do Senado brasileiro quer bloquear as práticas criativas e atacar a Internet, enrijecendo todas as convenções do direito autoral.

O Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo quer bloquear o uso de redes P2P, quer liquidar com o avanço das redes de conexão abertas (Wi-Fi) e quer exigir que todos os provedores de acesso à Internet se tornem delatores de seus usuários, colocando cada um como provável criminoso. É o reino da suspeita, do medo e da quebra da neutralidade da rede. Caso o projeto Substitutivo do Senador Azeredo seja aprovado, milhares de internautas serão transformados, de um dia para outro, em criminosos. Dezenas de atividades criativas serão consideradas criminosas pelo artigo 285-B do projeto em questão. Esse projeto é uma séria ameaça à diversidade da rede, às possibilidades recombinantes, além de instaurar o medo e a vigilância. Se, como diz o projeto de lei, é crime "obter ou transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular, quando exigida", não podemos mais fazer nada na rede. O simples ato de acessar um site já seria um crime por "cópia sem pedir autorização" na memória "viva" (RAM) temporária do computador. Deveríamos considerar todos os browsers ilegais por criarem caches de páginas sem pedir autorização, e sem mesmo avisar aos mais comuns dos usuários que eles estão copiando. Citar um trecho de uma matéria de um jornal ou outra publicação on-line em um blog, também seria crime.

O projeto, se aprovado, colocaria a prática do "blogging" na ilegalidade, bem como as máquinas de busca, já que elas copiam trechos de sites e blogs sem pedir autorização de ninguém! Se formos aplicar uma lei como essa as universidades, teríamos que considerar a ciência como uma atividade criminosa já que ela progride ao "transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado", "sem pedir a autorização dos autores" (citamos, mas não pedimos autorização aos autores para citá-los). Se levarmos o projeto de lei a sério, devemos nos perguntar como poderíamos pensar, criar e difundir conhecimento sem sermos criminosos.

O conhecimento só se dá de forma coletiva e compartilhada. Todo conhecimento se produz coletivamente: estimulado pelos livros que lemos, pelas palestras que assistimos, pelas idéias que nos foram dadas por nossos professores e amigos... Como podemos criar algo que não tenha, de uma forma ou de outra, surgido ou sido transferido por algum "dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular"? Defendemos a liberdade, a inteligência e a troca livre e responsável. Não defendemos o plágio, a cópia indevida ou o roubo de obras. Defendemos a necessidade de garantir a liberdade de troca, o crescimento da criatividade e a expansão do conhecimento no Brasil. Experiências com Software Livres e Creative Commons já demonstraram que isso é possível. Devemos estimular a colaboração e enriquecimento cultural, não o plágio, o roubo e a cópia improdutiva e estagnante. E a Internet é um importante instrumento nesse sentido. Mas esse projeto coloca tudo no mesmo saco. Uso criativo, com respeito ao outro, passa, na Internet, a ser considerado crime.

Projetos como esses prestam um desserviço à sociedade e à cultura brasileiras, travam o desenvolvimento humano e colocam o país definitivamente para debaixo do tapete da história da sociedade da informação no século XXI. Por estas razões nós, abaixo assinados, pesquisadores e professores universitários apelamos aos congressistas brasileiros que rejeitem o projeto Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo ao projeto de Lei da Câmara 89/2003, e Projetos de Lei do Senado n. 137/2000, e n. 76/2000, pois atenta contra a liberdade, a criatividade, a privacidade e a disseminação de conhecimento na Internet brasileira.

Sérgio Amadeu da Silveira é sociólogo e Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. É professor da pós -graduação da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero. Autor de várias publicações, entre elas: Exclusão Digital: a miséria na era da informação. Militante do Software Livre.

Ajude a derrubar esta aberração que pode transformar o Brasil numa China em termos de liberdade da informação. Vote no Petition Online.

08/07/2008

Concurso Design de Botequim

06/07/2008

Expo MTV no Oi Futuro


Mais uma vez o Oi Futuro arrebenta trazendo uma exposição original e contemporânea.
A MTV reuniu todas as suas vinhetas e decidiu exibir num projeto que deve rodar algumas capitais do Brasil.
Sob a responsabilidade da Tecnopop e com o trabalho de multimídia do João Bonelli, essa com certeza será uma exposição imperdível!

02/07/2008

Senador quer criminalizar Fansubbers e redes P2P.

Parece que o Senador Eduardo Azeredo tomou gosto em querer lutar contra a liberdade na internet.
Mas ele não é o único culpado.

O culpado é uma indústria burra, estacionada no tempo, feita por "profissionais" inflexíveis, cegos e incapazes de vislumbrar algo que seja novo e criativo. Seguidores de um modelo de negócios que lhes foi transmitido na faculdade e por outros profissionais que estão no mercado a mais tempo. Não conseguem enxergar a oportunidade estampada na cara de cada um deles. A era do monopólio da tv a cabo acabou! Se acompanhassem a blogosfera, visitassem os sites de tecnologia, se atualizassem com as novas tecnologias não teriam esse medo.

A indústria americana já percebeu isso a muito tempo e dispõe seus filmes e séries de forma legal na internet seja mantido por patrocinadores como o Joost, ou pagando o conteúdo sob demanda como é o caso do Hulu ou da Aplle TV.

É hora de decretar o fim de carreira de pseudo-marketeiros, administradores amarrados em métodos e preceitos que vão caindo um após o outro. São burocratas sentados em cadeiras de couro no alto de edifícios chiques em endereços nobres que já chegou a hora de gritar bem alto para eles:
"Chega! Vocês acabaram, estão ultrapassados e obsoletos, peguem seus diplomas, façam um canudo e ...!"

Estamos numa nova era da internet onde só haverá espaço para quem conseguir se sintonizar com a tecnologia e não brigar com ela.

Eis o texto referente ao projeto:

Ao aprovar o projeto Substitutivo ao PLC 89/2003, PLS 137/2000 e PLS 76/2000, redigido pelo Senador Azeredo, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara quer transformar milhares de internautas em criminosos.

O Senador Azeredo quer tornar uma das atividades mais criativas da Internet em ato criminoso. Quer transformar os fansubbers, os fanfictions e a tradução de séries de TV em crime. O Senador considera que traduzir um Mangá é um crime tão grave como invadir um banco de dados e subtrair dinheiro de um aposentado.

Milhares de jovens e adultos participam de grupos de Fansubbers traduzem animes (desenhos animados) do japonês para o português. Eles legendam estes desenhos e distribuem gratuitamente pela rede. Trata-se de um fenômeno mundial e muito popular no Brasil. Jovens, Advogados, médicos, engenheiros, universitários, com idade entre 16 e 35 anos, serão considerados criminosos assim que o Substitutivo do Senador Azeredo for aprovado no Plenário.

Além dos fansubbers, o Senador Azeredo quer colocar na prisão também os criadores de Fanfics ou Fanfictions. São ficções criadas por fãs de uma série de TV ou cinema qualquer. Pessoas comuns fazem o que Walt Disney fez com os Irmãos Grimm, recriam seus contos e estórias, mas fazem por hobby, sem intenção comercial. O fanfic são contos ou romances escritos por quem gosta de determinado filme, livro, história em quadrinhos ou quaisquer outros meios de comunicação. Somente um dos sites mais interessantes de Fanfic em português, criado em novembro de 2005, conta com aproximadamente 7,511 histórias (24,081 capítulos e o impressionante total de 37,620,962 palavras). Este site e centenas de blogs estarão na mira do substitutivo do Senador Azeredo.

Isto porque ninguém poderá usar nenhum arquivo sem a expressa autorização do seu autor. O artigo 285-B do Substitutivo do Senador Azeredo diz que será considerado CRIME:

"Obter ou transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular, quando exigida:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Se o dado ou informação obtida desautorizadamente é fornecida a terceiros, a pena é aumentada de um terço."

Como bem afirmou o jurista Lawrence Lessig, a criatividade estará em perigo se substituirmos a cultura da liberdade pela cultura da permissão. O Senador Azeredo com o artigo 285-B pretende criminalizar uma das principais características da cibercultura que é o remix, que são as práticas recombinantes. Azeredo quer bloquear uma das principais condições para a criatividade que é a reciclagem de idéias, a possibilidade de compartilhar bens culturais.

Será que todos os Senadores brasileiros sabem que eles irão considerar criminoso um jovem que baixa um capítulo da série Lost para traduzi-la, inserir a legenda em português, para distribui-la gratuitamente em redes P2P? Não é possível que eles considerem o ato de solidariedade do jovem, ao distribuir gratuitamente o vídeo legandado, como algo que exija o aumento de sua pena em "um terço".

Será que nossas cadeias precisam de gente criativa? O que este artigo 285-B tem a ver com o combate a pedofilia? Trata-se de uma agenda oculta? Será que nossas Casas legislativas querem criminalizar a cibercultura?


O PARECER do senador Azeredo pode ser obtido no endereço:
http://webthes.senado.gov.br/sil/Comissoes/Permanentes/CCJ/Pareceres/PLC2008061889.rtf

“a internet está criando uma geração burra?

geração internet (por Olivia Maia)

como pode deixar burro uma coisa que te dá possibilidades? que dá escolhas? que obriga a fazer escolhas?

mas hein?

sim, a nossa sociedade está ficando a cada dia mais burra. não vamos discutir o que é óbvio. mas é por causa da internet? do computador? da tecnologia? do iphone? duvido muito. a internet é só um espaço em que se pode disponibilizar informações. há informações falsas? sim. mas sempre houve, fora dela. sempre haverá. há bobagens e propaganda enganosa. como há fora da internet. como há na televisão e nos jornais e em toda a grande mídia de um modo geral.

a diferença é que na internet você pode escolher.

estão fazendo as escolhas erradas? não duvido. depois de anos aprendendo a assisir às maiores futilidades na televisão, por que esperar que vão procurar ensaios críticos sobre proust na internet? se ninguém se deu ao trabalho de desligar a televisão para, digamos, ler um livro sobre física nuclear, por que esperar que essa gente vá à internet pesquisar sobre a biodiversidade no congo?

claro que não. essa gente vai à internet para assistir a bobagens no youtube, porque é isso que aprenderam com a televisão. vão escrever scraps no orkut do amigo, porque a internet sempre vai ser espelho do que existe fora dela. vão ficar em redes sociais. não fosse a internet, estariam assistindo à MTV (eu diria que a MTV parece ficar a cada dia mais estúpida, mas concluí que ela não fala mais para a minha geração, então eu não seria mais capaz de compreendê-la).

não se lê? claro que não. mas tenho certeza que lêem mais do que antes da internet. ou, ainda: quem lê mal na internet não leria coisa nenhuma se não fosse a internet.

como, então, culpar a burrice da sociedade moderna por uma ferramenta que permite a escolha? não é a internet que dita a escolha. a culpa não é da internet. é da escolha. é do que determina as escolhas. mais que isso: o problema é justamente que as pessoas ainda não são capazes de se livrar do clichê da escolha comum e descobrir o quanto existe por trás dos vídeos do youtube ou da pesquisa rasa na wikipedia.

e não? vão dizer: o google me deixou muito burro, não preciso saber mais nada, basta jogar ali na caixa de busca. mas que merda, hein? desde quando tenho a obrigação de decorar todos os nomes dos rios do estado do maranhão? ou o nome daquele ator, daquele filme? a gente aprende na escola que saber é decorar e reproduzir na prova, e isso é uma estupidez sem tamanho. isso serve pra escola. isso não serve pra vida.

como poderia ser ruim uma ferramenta — que seja o google — que te dá a possibilidade de se lembrar dessas informações menores? que tal ocupar a cabeça com qualquer atividade mais… sei lá, criativa? que tal usar a internet como ela pode ser usada?

internet é escolha. e nisso ela é diferente da televisão e de toda a grande mídia. na grande mídia o objetivo é quebrar as pernas da possibilidade de escolher. há esse e aquele canal, esse e aquele programa. mas estão quase todos ligados a uma noção de que se deve falar ao espectador “médio”. claro que há um jogo de interesses por trás disso, e nesse jogo de interesses melhor mesmo é emburrecer todo mundo. e por isso o que existe é o clichê.

e convenhamos, quem vocês pensam que está sendo acusado de burro por usar a internet?

o nosso querido espectador “médio”.

o que há na televisão se reproduz na internet. o que há em toda a grande mídia se reproduz na internet. mas a internet é infinitamente maior que isso. e a merda é que a grande massa não se dá conta disso. o computador com a internet vira mais um joguinho estúpido para passar o tempo e matar a hora de estudar. pelo menos estão clicando e escrevendo — feito macacos, mas –. o que não deixa de ser melhor do que passar o dia na frente da televisão. ou não?”